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março 06, 2014

O espelho de Matsuyama

Fonte Fonte
Cupinchas! Riso For 
Compartilho com vocês esta encantadora lenda japonesa Riso For 

Segue adaptação:

"Há muito tempo, viviam em um tranquilo lugar, um homem e sua mulher. Tinham eles uma filha, uma criancinha a quem amavam de todo coração. Não lhes direi seus nomes, porque há muito foram esquecidos; mas o nome do cálido lugar que habitavam, era Matsuyama em Echigo. Aconteceu que um dia, quando a menina ainda era bem pequenina, o pai foi obrigado a ir à grande cidade, à capital do Japão, para tratar de negócios. Era muito longe para irem com ele a mulher e a filhinha, de modo que partiu sozinho, prometendo a elas que traria lindos presentes.


A mulher nunca havia ido além da aldeia vizinha e não deixou de se assustar um pouco com a ideia do marido empreender tão longa viagem, mas ao mesmo tempo sentia-se orgulhosa por ser ele o primeiro homem do lugar que ia à grande cidade onde vivia o imperador, rodeado de grandes senhores, onde havia tantas e tão curiosas coisas dignas de se ver.


Chegou enfim o dia em que ela voltaria a ver o seu marido. Para esperá-lo, vestiu a filhinha com a roupa mais bonita que tinha, e ela própria vestiu um lindo quimono azul que seu marido apreciava. Imagine como não ficou contente essa mulher ao ver o seu marido voltar alegre e são, e as palmas e risos de alegria da pequenina ao ver os bonitos brinquedos que o seu papai havia trazido!


E ele, quantas maravilhas não tinha para contar sobre o que havia visto durante a viagem e na cidade!
"Eu te trouxe, disse ele a mulher, uma coisa muito bonita. Chama-se: espelho. 
Olha e diga-me o que vês lá dentro." E lhe deu uma caixa de madeira branca muito bem envernizada, onde ela achou uma placa redonda de metal. Um dos lados era branco como prata adamascada e ornado de figuras em relevo representando pássaros e flores; o outro brilhante e polido como o mais puro cristal.


A moça a examinou com prazer e admiração, porque do fundo do espelho uma linda carinha de lábios vermelhos e olhos claros lhe sorria..."E então, o que vês?" perguntou-lhe o marido, divertido com o espanto da mulher e contente por poder mostrar que havia aprendido alguma coisa na viagem. "Vejo, respondeu ela, uma mulher bonita que me olha e mexe os lábios como se falasse. E curioso, tem um quimono azul igual ao meu." 

"Tolinha, é o teu próprio rosto que vês, replicou o marido, orgulhoso por saber uma coisa que sua mulher ignorava. Esta placa de metal se chama espelho. Na cidade, todo mundo tem o seu, embora por aqui, nunca tivesse aparecido um sequer."




A mulher ficou encantada com o presente, e durante alguns dias não se cansou de se mirar no espelho, pois como estão lembrados, era a primeira vez que o via e também, a primeira vez que via o seu rostinho gracioso. Mas depois achou que era um objeto muito precioso para o uso diário e o guardou cuidadosamente na caixa envernizada, entre outras coisas de valor.

Passaram-se anos, e o marido e mulher sempre viveram felizes. A maior alegria de sua vida era a filhinha, que crescia, imagem viva de sua mãe, tão afetuosa e obediente que todos a amavam. Lembrando-se do momento de vaidade que havia tido ao se achar tão bonita, a mãe conservava o espelho cuidadosamente escondido, temendo que a filha, ao utilizar-se dele, viesse a se tornar vaidosa.

Ela nunca lhe falou do espelho, e quanto ao pai...Esse há muito que o esquecera. Crescia pois, a menina tão simples como havia sido sua mãe, sem saber o quanto era encantadora, e sem conhecer o espelho, que o teria revelado a ela.


Entretanto, uma grande desgraça veio ferir esta família feliz. A boa e terna mãe, caiu doente e apesar da filha tratá-la noite e dia, com o maior carinho e desvelo, foi indo de mal a pior até que por fim, nenhuma esperança restava de de salvá-la.

Vendo que em breve deixaria o marido e a filha, a pobre mulher ficou imensamente triste, não por si, mas pelos que ficavam, principalmente a filha tão querida. Chamou-a pois, e disse-lhe: "Minha querida filha, eu estou muito mal. Devo morrer logo e te deixar só com teu pai. Me prometa que, quando eu morrer, tu olharás todos os dias de manhã e de noite para este espelho. Eu aparecerei nele e assim tu verás que eu sempre velarei por ti." Isto dizendo, deu-lhe o espelho.
A filha, chorando muito, prometeu, e a mãe calma e resignada, dali a pouco morreu.

Ora, a mocinha obediente e respeitosa, nunca esqueceu a última recomendação de sua mãe; todas as manhãs e todas as noites, tirava o espelho da caixa e o olhava por muito tempo. Via, então, a clara e sorridente imagem da mãe perdida. Mas não pálida, doente como nos últimos tempos da sua vida: era a mamãe jovem, bela como antes. A ela contava a mocinha de noite, as contrariedades e dificuldades do dia; a ela, de manhã, pedia coragem e conforto para as lutas do dia.


Assim vivia sempre ao lado de sua mãe, esforçando-se sempre para lhe agradar como fazia quando ela era viva e evitando causar-lhe o menor desgosto. Sua maior alegria era olhar para o espelho e poder dizer: "Mamãe, eu fui hoje o que tu querias que eu fosse." Vendo-a todas as noites e todas as manhãs, olhar para o espelho parecendo conversar com ele, o pai lhe perguntou um dia a causa desse estranho proceder. "Meu pai, respondeu ela, eu olho para este espelho todos os dias para nele ver mamãe e lhe falar." Contou, então, o último desejo de sua mãe e a promessa que havia feito e cumpria.


Comovido diante de tanta ingenuidade, obediência e amor filial, o velho deixou correr silenciosamente as lágrimas, sem coragem de dizer à filha que a imagem que ela via no eseplho era o reflexo mimoso do seu rosto, que pela afinidade e prática constante das mesmas virtudes, dia a dia mais semelhante se tornava ao da morta querida.

Fim

Abrax

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