Cupinchas!

Hoje eu trago a história de misteriosos incêndios em um povoado da Espanha, que apesar de várias investigações, a origem dos fenômenos não ficou clara...
Apesar do jeitão de lenda urbana, o caso é real, com várias testemunhas vivas hoje em dia relatando os acontecimentos daquele tempo não tão distante...
Segue adaptação:
Os fogos de Laroya foram misteriosos incidentes ocorridos segundo as testemunhas em Laroya, Almería na Espanha.
Começaram em 16 de junho de 1945, quando sem nenhum motivo, começaram a arder montes de trigo e ao mesmo tempo, em outro lugar do povoado, as chamas incendeiam a uma menina.
Durante esse verão queimaram, sem explicação, campos, objetos dos camponeses e até animais, como o caso de um asno que ardeu em chamas a olhos vistos.
"Apesar de que quando tudo aconteceu, o governo tomou cartas no assunto, nenhum cientista nem investigador pode deixar nada claro.
Laroya é um pequeno povoado Andaluz da província de Almería que se encontra na serra dos Filabres a 8 quilômetros de Máchale.
Naquele 16 de junho de 45, as 5 da tarde, o ambiente no povoado estava estranho, já que havia uma densa névoa, pouco habitual por aquele período do ano, e em todas as partes se respirava uma espécie de odor a enxofre ou algo similar.
María Martínez Martínez de 14 anos, brincava nas imediações da fazenda Pitango e segundo os testemunhos, ela pode ver um tipo de bola de fogo de cor azulada 'Como que baixando do céu' e prendeu fogo no avental que ela vestia. O susto fez com que a menina reagisse e de imediato, ela tratou de apagar as chamas que estavam se estendendo por seu corpo. Os trabalhadores da fazenda, alertados pelos gritos da pequena, foram em sua ajuda. Eles não conseguiam acreditar em tal assombroso fenômeno.
Porém, mais tarde notaram que na mesma hora do ocorrido, na ladeira contígua da montanha, concretamente na fazenda Franco, começaram a queimar de forma similar e sem explicação, umas bolsas e uns montes de trigo. Que além do mais, estavam verdes.
Em ambos os casos, o fogo se iniciou sem nenhuma causa. Os habitantes de Laroya estavam completamente atemorizados, pois, ao não poderem entender a situação, temiam que voltasse a acontecer e incendiasse mais alguém.
Pitango - Local onde mais se concentrou os incidentes
E assim, logo voltou a se produzir outro estranho fogo inexplicável, em seguida outro e assim muitos outros quase-acidentes que apareciam em toda parte, até que essa misteriosa névoa fervilhante no lugar, se levantou, coisa que ocorreu por volta de 11 horas da noite.
Quando tudo se acalmou, houve uma reunião de vizinhos em que trataram de realizar uma incursão pela zona, pois tudo apontava a que algum incendiário estava pelo lugar aprontando. Com lustres, lâmpadas e lanternas, foram a procurar no meio do mato e algumas reviravoltas para identificar a possível causa. Mas a busca resultou totalmente infrutífera.
Guarda civil examinando panos queimados
Na manhã seguinte, atemorizados, os vizinhos de Laroya correram ao posto da Guarda Civil de Macael para lhes advertir do que estava ocorrendo e pedir 'ajuda urgente'. Desse modo e comandados pelo Cabo Santos, partiram 4 guardas a galope com seus cavalos pelo rude caminho dos Filabres em direção a Laroya. Segundo um testemunho, apenas chegaram ao povoado, enquanto estavam entrevistando um vizinho, eles puderam ver com os próprios olhos, como a jaqueta de um agente que estava pendurada em um gancho, ardia sem remédio.
O mesmo ocorreu com uma vassoura, com uma cadeira e outros utensílios que estavam por ali. Inclusive viram como uma pobre galinha que estava ciscando o solo, começava a queimar de maneira espontânea.
O cabo Santos lhes pediu paciência, ainda que os vizinhos lhe dissessem que não podiam perder tempo: 'Se está queimando tudo!' e nesse momento, na casa rural de Estella, com os guardas presentes como testemunhas, observaram o fogo se estender pelo teto da casa, pelo bloco, pela despensa e até pelas linguiças que ali estavam armazenadas.
Os membros da guarda decidiram informar rapidamente o que estava sucedendo ao governador civil e este deu a ordem de enviar de imediato a especialistas ao povoado para averiguarem que estava ocorrendo em Laroya. Desse modo, chegaram ao lugar o engenheiro Rodríguez Navarro, chefe do observatório meteorológico e outro engenheiro da chefatura de minas da zona. Estiveram investigando durante vários dias, mas os incêndios se repetiam uma e outra vez. No dia 23 desse mesmo mês, eles mesmos presenciaram um incêndio espontâneo na fazenda Fuente del Sax, propriedade de Silverio Sánchez Martín.
O dia seguinte seria o de maior atividade. Se produziram incêndios na casa do Cerralheiro e na
de Gabriel Martínez, que causaram muitos danos materiais, sobre tudo, de utensílios e roupas.
Segundo as declarações da época, era 'como se aqueles fogos tivessem vida própria, como se atuassem de maneira inteligente'. Durante esse dia, se produziram mais de 100 focos de incêndio inexplicáveis em diferentes lugares.
Durante duas semanas, houve mais de 300 fogos espontâneos em toda a zona.
O padre da aldeia passava a manhã, tarde e noite, tocando os sinos, 'dando alerta de fogo', já que quando parecia que se extinguia um incêndio, se encontrava outro em outro lugar. Os diários da época publicaram os acontecimentos ocorridos no povoado de Laroya e como consequência, curiosos de todas as partes, acudiram a localidade para ver os misteriosos fogos ou para ajudar em caso de necessidade.
Após analisar os detalhes, os engenheiros que estudavam o caso levantaram várias hipóteses.
Principalmente se centravam sobre um fato ocorrido em Almería durante o mês de novembro de 1741, onde segundo as crônicas, um nuvem impulsionada por um forte vento do leste, se deslocou até as montanhas que coroavam a capital.
De repente deixou cair uma chuva de 'chispas', que incendiaram a muitos lugares do campo e inclusive a uma esquadra Inglesa comandada por M. de Court que estava no porto de Almería.
Dito fenômeno foi associado ao vulcão Italiano Etna, que após um forte vento, depositou uma espécie de carga em uma nuvem que transladou até Almería. O engenheiros comprovaram que as horas de ação de tais fenômenos de 1741, coincidiam com a dos fogos de Laroya.
O informe dos resultados assinados pelo engenheiro Don José Cubillo, detalhava como se estabeleceram várias hipóteses para demonstrar a natureza dos misteriosos fogos. Segundo este, se pensou em bolsas de gás contidas no ar, fenômenos atmosféricos pontuais, tipo relâmpagos globulares, concentrações de inflamáveis de matéria ou gases e muitas outra causas, mas todas as hipóteses foram descartadas pouco a pouco pelos próprios analistas, pois não encontravam argumentos que as sustentassem.
Inclusive, do mesmo modo que em 1741, se especulou que pudesse ser as próprias cinzas do vulcão Etna, mas novamente, esta explicação foi descartada. Também foram desconsideradas a hipótese, especialmente delineada, da atuação humana como produtora das combustões espontâneas, pois havia numerosas testemunhas e provas que corroboravam a espontaneidade dos fogos.
Os cientistas saíram do povoado tal como chegaram, sem uma explicação. Foi então quando mais anciãs do lugar começaram a difundir pelo povoado, o rumor de que se tratava de uma maldição muito antiga.
Segundo parece, há muitos anos um Mouro chamado Jamá foi acusado de herege e executado pela Inquisição na aldeia de Laroya e enquanto ardia na fogueira, jurou vingança eterna ao povoado por o haverem delatado.
Por outro lado, também havia quem relacionava todos esse feitos com o mesmíssimo diabo, sobre tudo porque muitos diziam que acompanhado dos fogos, se respirava um estranho fedor a enxofre que se propagava pelo lugar.
Um dos fatos mais interessantes de que também a imprensa fez eco, foi que muitas das testemunhas diziam ter visto, em certo dia de extrema atividade 'uma espécie de menino ou algo assim, como um esqueleto suspenso no ar, envolto em chamas e dele se desprendia luz e fogo'. Dado que o fenômeno seguiu se produzindo, o governo tomou a decisão de enviar de novo a vários especialistas para tentar dar uma explicação ao insólito prodígio.
E assim, no sábado 7 de julho chegaram ao povoado um químico e um fotógrafo, que nada mais fizeram que ser ato de presença, foram testemunhas da atuação do fogo na casa de Pitango, justo quando o sol estava a pico. Na quarta-feira dia 11, chegaram a Laroya mais especialistas, nesse caso, do instituto Geológico de Mineração. Eram o engenheiro Carlos Ortí junto com o senhor Cubillo, que foram aqueles que elaboraram o informe preliminar, dias atrás. Também chegou com eles um especialista do instituto Geográfico, o chamavam de Miguel e ia com o doutor López Azcona do instituto Geofísico do conselho Superior de investigações Científicas.
Dias depois, por parte do Serviço Meteorológico do Ministério da Defesa, chegaram a Laroya o Tenente Coronel e meteorólogo Morán Samaniegos e seu ajudante, o senhor Sierra Silva. Enquanto estava na sede de Pitango observando a situação, o próprio Samaniegos viu como incompreensivelmente ardia a sua capa.
Do mesmo modo, os instrumentos de medição do engenheiro José Cubillo, quem estava depositando-os em certo lugar para tomar dados, quando foram completamente calcinados de maneira espontânea e ante os seus próprios olhos.
Os fogos seguiram se produzindo e os 'super-cientistas' enviados pelo governo só sabiam fazer uma coisa: 'colocar as mãos na cabeça'.
Certo dia, enquanto estavam tomando dados e concentrados plenamente em seus aparelhos, viram que na sede de Pitango se declarava espontaneamente um fogo que calcitrou 30 quilos de farinha que havia em uma caldeira. Muitos dos investigadores começaram a se assustar, pois não compreendiam nem controlavam a natureza dos fenômenos. Não tinham hipóteses científicas para esclarecer o assunto, não sabiam o que acontecia, e por isso, optaram por desistir em seus empenhos e abandonar a investigação sem dados conclusivos.
Com isso, o governo acabou por silenciar o surpreendente incidente. Talvez não interessasse politicamente, mais publicidade dos misteriosos fogos de Laroya porque não tinham explicação.
Segundo as investigações realizadas e os testemunhos colhidos por Alberto Cerezuela Rodriguez e que reflete na magnífica obra: Enigmas Y leyendas de Almería. Os fogos, além de apresentar uma espécie de 'inteligencia', tinham predileção por cores claras ou brancas. Quase todas as coisas que em um princípio ardiam espontaneamente, eram claras: O avental de María, a galinha, as roupas, etc. Apesar disso, logo, com a virulência da atuação, começaram a arder coisas muito mais escuras como por exemplo, a jaqueta do guarda civil.
Outro detalhe interessante que cabe ter em conta, é que antes de se produzirem os incêndios, em algum lugar havia uma 'claridade' extrema, que muitos definem como uma espécie de fumaça ou névoa. Quando ardiam os objetos, estes desprendiam um odor intenso a enxofre, petróleo ou algo similar.
Com respeito a isso, a maioria das testemunhas não perceberam o odor antes de iniciar o fogo, mas sim, depois quando o objeto já estava em chamas.
Também cabe destacar uma característica curiosa: Quase todos os objetos que ardiam estavam situados a uma certa altura do solo, isolados eletricamente, objetos pendurados em ganchos, roupas em armários, etc.
Quando se ia apagar um fogo, ao jogar água, este se tornava mais virulento, tal como ocorre com fogos produzidos por combustíveis e a melhor maneira de apagá-los, era com um cobertor e inclusive, as vezes, com a própria mão.
Posteriormente, quando o silencio reinava e ninguém se lembrava já dos fogos, ocorreu um fato muito significativo e digno de menção. No povoado começaram a encontrar restos de óleo que muito provavelmente e tal como as investigações da Guarda Civil demonstraram, alguém havia posto ali.
Parece que María, a menina dos fogos confessou: 'Eu o fiz para que voltassem os homens entendidos e que acabassem com os fogos'. Segundo a guria, ela não suportava se sentir culpada daqueles fogos, pois a causa da imprensa, dos comentários de vizinhos, do apelido que lhe haviam colocado, 'Niña de los Fuegos' e de que tudo começou com ela mesma, a jovem pensou que havia sido a causante de tão terrível maldição ao povoado.
María Martínez Martínez a "menina dos fogos"
Segundo sabemos, muito tempo depois, a menina dos fogos se suicidou ingerindo soda cáustica. Dizem que desde o incidente, ela viveu convencida de que estava possuída por algo diabólico e que ainda que seu suicídio aparentemente não tivesse a ver com o caso, psicologicamente poderia ter algum trauma que derivou em sua morte.
Também que sua irmã mais velha, se tirou a vida, se jogando de um precipício próximo e de igual modo, o seu irmão José Martínez se enforcou dentro da sede de Pitango.
Como diria qualquer um na época: Uma maldição.
Uma das pessoas que viveu esses estranhos episódios declarou muitos anos depois:
'Os cientistas não explicaram nada. Todos tivemos a sensação e mais ainda com o tempo, de que nos ocultavam algo. Não era normal que ninguém nos desse uma explicação, a Guarda Civil ordenou calar a todo mundo. As vezes nos chegava algum jornal e víamos como já se haviam deixado de falar do assunto, mas aqui nós sofremos 2 meses mais . Aquele fogo aparecia de dia, de noite...Com chamas que flutuavam nas habitações. Havia muito medo.
Estávamos aterrados, eu juro. Eu era apenas uma menina, mas, como me lembro do som dos sinos tocando 'fogo' para avisar que já havia aparecido outro e outro! Ainda recordo as meninas queimadas, como María Martínez ou Mari Molina, as que se incendiaram os vestidos e estiveram a ponto de serem queimadas vivas.
Aquilo era uma coisa invisível. Quase todos acreditávamos que se vinha o fim do mundo. Entenda-me...É que ninguém nos explicava nada!'
Apesar de que ninguém se importou muito com o tema da maldição do Mouro Jamá, que segundo alguns dos habitantes de Laroya, poderia ter algo que ver, Pedro Amorós teve o trabalho em consultar alguns livros e textos sobre os processo inquisitoriais da zona e não, não encontrou a nenhum Mouro Chamado Jamá. Só achou um processo do ano 1561 relacionado com esse tipo de acusação de Macael e foi o de Juan de Benavides:
'Porque está relaxado e dixo que era signal de Mahoma e do Céu e que aquela era boa e melhor que da Cruz, enviou-se preso com sequestro de bens'.
E apesar de que o Santo Ofício nessa época, e sobre tudo na zona tão influenciada pela cultura Muçulmana, só buscasse a coleta, pode ser muito provável que dito personagem acabasse relaxado, ou seja, queimado em algum lugar. Também pode ocorrer que depois de o levarem, jurasse vingança e ainda que não tenhamos encontrado o seu nome, não implica que não existisse, já que muitas vezes essas pessoas eram conhecidas por apelidos e quem sabe se esse poderia ser o famoso Mouro Jamá..."
O enigma de Laroya, ainda hoje não foi resolvido.
Abrax
Laroya é um pequeno povoado Andaluz da província de Almería que se encontra na serra dos Filabres a 8 quilômetros de Máchale.
Naquele 16 de junho de 45, as 5 da tarde, o ambiente no povoado estava estranho, já que havia uma densa névoa, pouco habitual por aquele período do ano, e em todas as partes se respirava uma espécie de odor a enxofre ou algo similar.
María Martínez Martínez de 14 anos, brincava nas imediações da fazenda Pitango e segundo os testemunhos, ela pode ver um tipo de bola de fogo de cor azulada 'Como que baixando do céu' e prendeu fogo no avental que ela vestia. O susto fez com que a menina reagisse e de imediato, ela tratou de apagar as chamas que estavam se estendendo por seu corpo. Os trabalhadores da fazenda, alertados pelos gritos da pequena, foram em sua ajuda. Eles não conseguiam acreditar em tal assombroso fenômeno.
Porém, mais tarde notaram que na mesma hora do ocorrido, na ladeira contígua da montanha, concretamente na fazenda Franco, começaram a queimar de forma similar e sem explicação, umas bolsas e uns montes de trigo. Que além do mais, estavam verdes.
Em ambos os casos, o fogo se iniciou sem nenhuma causa. Os habitantes de Laroya estavam completamente atemorizados, pois, ao não poderem entender a situação, temiam que voltasse a acontecer e incendiasse mais alguém.
Pitango - Local onde mais se concentrou os incidentes
E assim, logo voltou a se produzir outro estranho fogo inexplicável, em seguida outro e assim muitos outros quase-acidentes que apareciam em toda parte, até que essa misteriosa névoa fervilhante no lugar, se levantou, coisa que ocorreu por volta de 11 horas da noite.
Quando tudo se acalmou, houve uma reunião de vizinhos em que trataram de realizar uma incursão pela zona, pois tudo apontava a que algum incendiário estava pelo lugar aprontando. Com lustres, lâmpadas e lanternas, foram a procurar no meio do mato e algumas reviravoltas para identificar a possível causa. Mas a busca resultou totalmente infrutífera.
Guarda civil examinando panos queimados
Na manhã seguinte, atemorizados, os vizinhos de Laroya correram ao posto da Guarda Civil de Macael para lhes advertir do que estava ocorrendo e pedir 'ajuda urgente'. Desse modo e comandados pelo Cabo Santos, partiram 4 guardas a galope com seus cavalos pelo rude caminho dos Filabres em direção a Laroya. Segundo um testemunho, apenas chegaram ao povoado, enquanto estavam entrevistando um vizinho, eles puderam ver com os próprios olhos, como a jaqueta de um agente que estava pendurada em um gancho, ardia sem remédio.
O mesmo ocorreu com uma vassoura, com uma cadeira e outros utensílios que estavam por ali. Inclusive viram como uma pobre galinha que estava ciscando o solo, começava a queimar de maneira espontânea.
O cabo Santos lhes pediu paciência, ainda que os vizinhos lhe dissessem que não podiam perder tempo: 'Se está queimando tudo!' e nesse momento, na casa rural de Estella, com os guardas presentes como testemunhas, observaram o fogo se estender pelo teto da casa, pelo bloco, pela despensa e até pelas linguiças que ali estavam armazenadas.
Os membros da guarda decidiram informar rapidamente o que estava sucedendo ao governador civil e este deu a ordem de enviar de imediato a especialistas ao povoado para averiguarem que estava ocorrendo em Laroya. Desse modo, chegaram ao lugar o engenheiro Rodríguez Navarro, chefe do observatório meteorológico e outro engenheiro da chefatura de minas da zona. Estiveram investigando durante vários dias, mas os incêndios se repetiam uma e outra vez. No dia 23 desse mesmo mês, eles mesmos presenciaram um incêndio espontâneo na fazenda Fuente del Sax, propriedade de Silverio Sánchez Martín.
O dia seguinte seria o de maior atividade. Se produziram incêndios na casa do Cerralheiro e na
de Gabriel Martínez, que causaram muitos danos materiais, sobre tudo, de utensílios e roupas.
Segundo as declarações da época, era 'como se aqueles fogos tivessem vida própria, como se atuassem de maneira inteligente'. Durante esse dia, se produziram mais de 100 focos de incêndio inexplicáveis em diferentes lugares.
Durante duas semanas, houve mais de 300 fogos espontâneos em toda a zona.
O padre da aldeia passava a manhã, tarde e noite, tocando os sinos, 'dando alerta de fogo', já que quando parecia que se extinguia um incêndio, se encontrava outro em outro lugar. Os diários da época publicaram os acontecimentos ocorridos no povoado de Laroya e como consequência, curiosos de todas as partes, acudiram a localidade para ver os misteriosos fogos ou para ajudar em caso de necessidade.
Após analisar os detalhes, os engenheiros que estudavam o caso levantaram várias hipóteses.
Principalmente se centravam sobre um fato ocorrido em Almería durante o mês de novembro de 1741, onde segundo as crônicas, um nuvem impulsionada por um forte vento do leste, se deslocou até as montanhas que coroavam a capital.
De repente deixou cair uma chuva de 'chispas', que incendiaram a muitos lugares do campo e inclusive a uma esquadra Inglesa comandada por M. de Court que estava no porto de Almería.
Dito fenômeno foi associado ao vulcão Italiano Etna, que após um forte vento, depositou uma espécie de carga em uma nuvem que transladou até Almería. O engenheiros comprovaram que as horas de ação de tais fenômenos de 1741, coincidiam com a dos fogos de Laroya.
O informe dos resultados assinados pelo engenheiro Don José Cubillo, detalhava como se estabeleceram várias hipóteses para demonstrar a natureza dos misteriosos fogos. Segundo este, se pensou em bolsas de gás contidas no ar, fenômenos atmosféricos pontuais, tipo relâmpagos globulares, concentrações de inflamáveis de matéria ou gases e muitas outra causas, mas todas as hipóteses foram descartadas pouco a pouco pelos próprios analistas, pois não encontravam argumentos que as sustentassem.
Inclusive, do mesmo modo que em 1741, se especulou que pudesse ser as próprias cinzas do vulcão Etna, mas novamente, esta explicação foi descartada. Também foram desconsideradas a hipótese, especialmente delineada, da atuação humana como produtora das combustões espontâneas, pois havia numerosas testemunhas e provas que corroboravam a espontaneidade dos fogos.
Os cientistas saíram do povoado tal como chegaram, sem uma explicação. Foi então quando mais anciãs do lugar começaram a difundir pelo povoado, o rumor de que se tratava de uma maldição muito antiga.
Segundo parece, há muitos anos um Mouro chamado Jamá foi acusado de herege e executado pela Inquisição na aldeia de Laroya e enquanto ardia na fogueira, jurou vingança eterna ao povoado por o haverem delatado.
Por outro lado, também havia quem relacionava todos esse feitos com o mesmíssimo diabo, sobre tudo porque muitos diziam que acompanhado dos fogos, se respirava um estranho fedor a enxofre que se propagava pelo lugar.
Um dos fatos mais interessantes de que também a imprensa fez eco, foi que muitas das testemunhas diziam ter visto, em certo dia de extrema atividade 'uma espécie de menino ou algo assim, como um esqueleto suspenso no ar, envolto em chamas e dele se desprendia luz e fogo'. Dado que o fenômeno seguiu se produzindo, o governo tomou a decisão de enviar de novo a vários especialistas para tentar dar uma explicação ao insólito prodígio.
E assim, no sábado 7 de julho chegaram ao povoado um químico e um fotógrafo, que nada mais fizeram que ser ato de presença, foram testemunhas da atuação do fogo na casa de Pitango, justo quando o sol estava a pico. Na quarta-feira dia 11, chegaram a Laroya mais especialistas, nesse caso, do instituto Geológico de Mineração. Eram o engenheiro Carlos Ortí junto com o senhor Cubillo, que foram aqueles que elaboraram o informe preliminar, dias atrás. Também chegou com eles um especialista do instituto Geográfico, o chamavam de Miguel e ia com o doutor López Azcona do instituto Geofísico do conselho Superior de investigações Científicas.
Dias depois, por parte do Serviço Meteorológico do Ministério da Defesa, chegaram a Laroya o Tenente Coronel e meteorólogo Morán Samaniegos e seu ajudante, o senhor Sierra Silva. Enquanto estava na sede de Pitango observando a situação, o próprio Samaniegos viu como incompreensivelmente ardia a sua capa.
Do mesmo modo, os instrumentos de medição do engenheiro José Cubillo, quem estava depositando-os em certo lugar para tomar dados, quando foram completamente calcinados de maneira espontânea e ante os seus próprios olhos.
Os fogos seguiram se produzindo e os 'super-cientistas' enviados pelo governo só sabiam fazer uma coisa: 'colocar as mãos na cabeça'.
Certo dia, enquanto estavam tomando dados e concentrados plenamente em seus aparelhos, viram que na sede de Pitango se declarava espontaneamente um fogo que calcitrou 30 quilos de farinha que havia em uma caldeira. Muitos dos investigadores começaram a se assustar, pois não compreendiam nem controlavam a natureza dos fenômenos. Não tinham hipóteses científicas para esclarecer o assunto, não sabiam o que acontecia, e por isso, optaram por desistir em seus empenhos e abandonar a investigação sem dados conclusivos.
Com isso, o governo acabou por silenciar o surpreendente incidente. Talvez não interessasse politicamente, mais publicidade dos misteriosos fogos de Laroya porque não tinham explicação.
Segundo as investigações realizadas e os testemunhos colhidos por Alberto Cerezuela Rodriguez e que reflete na magnífica obra: Enigmas Y leyendas de Almería. Os fogos, além de apresentar uma espécie de 'inteligencia', tinham predileção por cores claras ou brancas. Quase todas as coisas que em um princípio ardiam espontaneamente, eram claras: O avental de María, a galinha, as roupas, etc. Apesar disso, logo, com a virulência da atuação, começaram a arder coisas muito mais escuras como por exemplo, a jaqueta do guarda civil.
Outro detalhe interessante que cabe ter em conta, é que antes de se produzirem os incêndios, em algum lugar havia uma 'claridade' extrema, que muitos definem como uma espécie de fumaça ou névoa. Quando ardiam os objetos, estes desprendiam um odor intenso a enxofre, petróleo ou algo similar.
Com respeito a isso, a maioria das testemunhas não perceberam o odor antes de iniciar o fogo, mas sim, depois quando o objeto já estava em chamas.
Também cabe destacar uma característica curiosa: Quase todos os objetos que ardiam estavam situados a uma certa altura do solo, isolados eletricamente, objetos pendurados em ganchos, roupas em armários, etc.
Quando se ia apagar um fogo, ao jogar água, este se tornava mais virulento, tal como ocorre com fogos produzidos por combustíveis e a melhor maneira de apagá-los, era com um cobertor e inclusive, as vezes, com a própria mão.
Posteriormente, quando o silencio reinava e ninguém se lembrava já dos fogos, ocorreu um fato muito significativo e digno de menção. No povoado começaram a encontrar restos de óleo que muito provavelmente e tal como as investigações da Guarda Civil demonstraram, alguém havia posto ali.
Parece que María, a menina dos fogos confessou: 'Eu o fiz para que voltassem os homens entendidos e que acabassem com os fogos'. Segundo a guria, ela não suportava se sentir culpada daqueles fogos, pois a causa da imprensa, dos comentários de vizinhos, do apelido que lhe haviam colocado, 'Niña de los Fuegos' e de que tudo começou com ela mesma, a jovem pensou que havia sido a causante de tão terrível maldição ao povoado.
María Martínez Martínez a "menina dos fogos"
Segundo sabemos, muito tempo depois, a menina dos fogos se suicidou ingerindo soda cáustica. Dizem que desde o incidente, ela viveu convencida de que estava possuída por algo diabólico e que ainda que seu suicídio aparentemente não tivesse a ver com o caso, psicologicamente poderia ter algum trauma que derivou em sua morte.
Também que sua irmã mais velha, se tirou a vida, se jogando de um precipício próximo e de igual modo, o seu irmão José Martínez se enforcou dentro da sede de Pitango.
Como diria qualquer um na época: Uma maldição.
Uma das pessoas que viveu esses estranhos episódios declarou muitos anos depois:
'Os cientistas não explicaram nada. Todos tivemos a sensação e mais ainda com o tempo, de que nos ocultavam algo. Não era normal que ninguém nos desse uma explicação, a Guarda Civil ordenou calar a todo mundo. As vezes nos chegava algum jornal e víamos como já se haviam deixado de falar do assunto, mas aqui nós sofremos 2 meses mais . Aquele fogo aparecia de dia, de noite...Com chamas que flutuavam nas habitações. Havia muito medo.
Estávamos aterrados, eu juro. Eu era apenas uma menina, mas, como me lembro do som dos sinos tocando 'fogo' para avisar que já havia aparecido outro e outro! Ainda recordo as meninas queimadas, como María Martínez ou Mari Molina, as que se incendiaram os vestidos e estiveram a ponto de serem queimadas vivas.
Aquilo era uma coisa invisível. Quase todos acreditávamos que se vinha o fim do mundo. Entenda-me...É que ninguém nos explicava nada!'
Apesar de que ninguém se importou muito com o tema da maldição do Mouro Jamá, que segundo alguns dos habitantes de Laroya, poderia ter algo que ver, Pedro Amorós teve o trabalho em consultar alguns livros e textos sobre os processo inquisitoriais da zona e não, não encontrou a nenhum Mouro Chamado Jamá. Só achou um processo do ano 1561 relacionado com esse tipo de acusação de Macael e foi o de Juan de Benavides:
'Porque está relaxado e dixo que era signal de Mahoma e do Céu e que aquela era boa e melhor que da Cruz, enviou-se preso com sequestro de bens'.
E apesar de que o Santo Ofício nessa época, e sobre tudo na zona tão influenciada pela cultura Muçulmana, só buscasse a coleta, pode ser muito provável que dito personagem acabasse relaxado, ou seja, queimado em algum lugar. Também pode ocorrer que depois de o levarem, jurasse vingança e ainda que não tenhamos encontrado o seu nome, não implica que não existisse, já que muitas vezes essas pessoas eram conhecidas por apelidos e quem sabe se esse poderia ser o famoso Mouro Jamá..."
O enigma de Laroya, ainda hoje não foi resolvido.
Abrax
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4 comentários:
POSTAÇO!!!!!!!!!!
Show né?^^
Abrax^^
ta loco,so pode ter sido o capiroto,o belzebu.kkkk,mas falando serio,esse caso e muito louco,pq normalmente esses fenomenos perseguem uma pessoa ou,as vezes,uma familia,mas uma cidade inteira eu nunca tinha visto.show o post.abç.
Foi um caso muito estranho...OO'
Fatos mal observados? Força psi?...
Realmente não faço ideia...
Abrax^^
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